UFRJ prevê a perda de até 14,7 milhões de postos de trabalho

Estudo da UFRJ prevê retração de até 11% do PIB para esse ano por Covid-19




A perda de até 14,7 milhões de postos de trabalho formais ou informais é um dos cenários estimados para a crise econômica proporcionada pela pandemia da Covid-19, com queda do Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de 11%, um recorde negativo na história do país. O impacto seria grande na indústria brasileira, que pode perder mais de dois milhões de postos de trabalho, 19% dos empregos oferecidos pelo setor no país em 2020. Os números são resultado do estudo "Impactos macroeconômicos e setoriais da Covid-19 no Brasil", produzido por pesquisadores do Instituto de Economia da UFRJ, do grupo Indústria e Competitividade.

A perda de quase 15 milhões de vagas está no cenário mais pessimista projetado pelo Grupo de Indústria e Competitividade. No mais otimista, a retração do PIB seria de 3,1%, com a perda de 4,7 milhões de postos de trabalho. No cenário intermediário, a retração seria de 6,4%, com a perda de 7,8 milhões empregos. 

Coordenadora da pesquisa, a professora Esther Dweck explica as condições em que cada cenário foi projetado. Todos eles dependem de não haver redução de investimentos do governo com relação ao que foi previsto pela lei orçamentária desse ano. 

"O mais otimista depende de um bom desempenho interno: uma política bem eficaz de isolamento, demissões em massa evitadas, com redução de carga horária e políticas eficazes para evitar falência de empresas. Assim, é possível ter uma recuperação veloz, em V. Com a queda rápida, e a retomada também, bastante acelerada, como a que acontece hoje na China", explica a pesquisadora. 

No cenário intermediário, a recuperação é em U. Ou seja, não há uma recuperação tão rápida, justamente porque as políticas internas não foram eficazes. Essa projeção prevê também uma perda econômica específica nos produtos brasileiros, com perda de valor dos ativos. 

Na pior projeção, além da queda do PIB e da perda de empregos no comércio, nos serviços e na indústria, a pesquisa chegou a outros números igualmente preocupantes. 

"Seria uma recuperação em L, que é um U prolongado. Você entra na crise e não sai tão rapidamente dela. Esse cenário prevê queda de exportação de 20%, retração de investimentos de 30% e perda do poder de consumo das famílias da ordem de 8%. Só não haveria queda de investimentos por parte do governo, que aumentaria a injeção de recursos na saúde no pós-crise", conclui a pesquisadora. 

De acordo com o estudo, o dólar alto em pouco iria interferir na capacidade de recuperação da economia brasileira, porque a oferta de commodities é pouco afeita a variações de preço. As mudanças acontecem com mais frequência por conta da situação da economia mundial.

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