Aumento crescente da participação do especialista na assistência é destaque nos últimos cinco anos. Perfil profissional assegura abordagem humanizada
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O Hospital Regional de Samambaia (HRSam) é referência no trabalho interdisciplinar. O modelo de assistência colaborativa entre médicos e enfermeiros obstetras foi premiado, em 2024, na "19ª Mostra Brasil, aqui tem SUS". Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde DF |
Ao longo de 2024, quase 40% dos partos normais nas unidades hospitalares da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) foram realizados por enfermeiros obstetras. Dentro do Centro Obstétrico (CO), a especialidade protagoniza a assistência em partos de baixo risco ou compartilhados com a equipe médica. Sua participação assegura uma abordagem centralizada nas necessidades e nos desejos da gestante, oferecendo um ambiente acolhedor e seguro.
Sob o guarda-chuva da SES-DF estão 172 enfermeiros obstetras, além de profissionais com especialização em obstetrícia. A primeira nomeação para esse cargo foi realizada em 2019. Desde então, nos últimos cinco anos, destaca-se o aumento crescente da participação do profissional na assistência relacionada ao parto e ao nascimento.
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"A gente consegue direcionar o nosso olhar para o cuidado, que é uma característica própria da formação em enfermagem", explica a enfermeira obstetra da SES-DF Gracielle Freitas. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde DF |
Em 2024, foram mais de 6 mil partos assistidos por enfermeiros obstetras na rede pública - frente aos cerca de 2 mil, em 2020. A transformação é parte da estratégia da Rede Cegonha, programa em implantação no DF que propõe a melhora do atendimento às mulheres durante a gravidez, parto e pós-parto; e aos recém-nascidos e crianças até dois anos de idade.
"Não são apenas números. Buscamos uma mudança positiva do modelo de assistência", explica a gerente de Serviços de Enfermagem Obstétrica da SES-DF, Gabrielle Mendonça. "A intenção, continuamente, é oferecer melhorias à segurança, à satisfação dos pacientes e à qualidade do cuidado", acrescenta.
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A participação de enfermeiros obstetras em todas as etapas do processo de dar à luz assegura uma abordagem humanizada. Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde DF |
Ênfase no cuidado à saúde
Todos os COs da rede pública dispõem dessa assistência especializada. Os hospitais regionais de Samambaia (HRSam) e de Brazlândia (HRBz) aparecem com a maior proporção de partos vaginais realizados por enfermeiros obstetras. São 66,7% e 76,9%, respectivamente.
A unidade de Samambaia, onde há o maior corpo técnico (17 enfermeiros obstetras no CO e 7 em outros setores), é referência no trabalho interdisciplinar. Em 2024, o modelo de assistência colaborativa entre médicos e enfermeiros obstetras foi premiado na 19ª Mostra "Brasil, aqui tem SUS", na modalidade “Gestão e Planejamento do Sistema Único de Saúde (SUS)".
"Trabalhar como enfermeira obstetra no CO do HRSam significa trabalhar em conjunto", ressalta a enfermeira obstetra Gracielle Freitas, que integra as equipes da unidade de Samambaia e da Casa de Parto de São Sebastião.
Para a profissional, o cuidado compartilhado por médicos e profissionais de enfermagem favorece o bem-estar integral. "Dessa forma, conseguimos melhorar os indicadores de qualidade de assistência (à mãe e ao recém-nascido), promover medidas facilitadoras do trabalho de parto e do alívio da dor", detalha. "Direcionamos o nosso olhar para o cuidado, que é uma característica própria da formação em enfermagem; enquanto a equipe médica fica responsável, prioritariamente, pelos atendimentos de alto risco", explica Freitas.