Mantido pelos impostos dos brasileiros, sistema universal de saúde é uma das maiores conquistas sociais e segue como a principal rede de assistência do país

O Sistema Único de Saúde (SUS) completa 35 anos em 2025 como um dos maiores programas públicos de saúde do mundo. Criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado em 1990, o SUS é fruto de uma conquista da sociedade brasileira e não de governos específicos. Ele é mantido com os impostos pagos pelos cidadãos, que financiam integralmente sua estrutura e funcionamento.
Atualmente, cerca de 76% da população brasileira depende exclusivamente do SUS para consultas, exames, internações, cirurgias, vacinação e tratamentos de alta complexidade. Em números, o sistema realiza aproximadamente 2,8 bilhões de atendimentos por ano e mobiliza uma força de trabalho com 3,5 milhões de profissionais de saúde em todo o país.
Financiamento e custo social
O SUS não é gratuito: ele é sustentado pelos brasileiros por meio da carga tributária, considerada uma das mais altas do mundo. Estima-se que dois terços da produção nacional (PIB) sejam comprometidos com impostos, parcela da qual uma parte significativa é destinada ao custeio da saúde pública.
Esse financiamento garante a manutenção de uma rede que vai desde a atenção básica, presente em praticamente todos os municípios, até os serviços de alta complexidade, como transplantes, oncologia, tratamentos cardiovasculares e fornecimento contínuo de medicamentos.
Referência mundial
O Brasil possui, graças ao SUS, a maior rede pública de transplantes do mundo, responsável por mais de 30 mil procedimentos em 2024, além de programas de imunização que se tornaram referência internacional. O sistema também demonstrou sua relevância em momentos críticos, como a pandemia de Covid-19 e tragédias naturais, estruturando respostas rápidas e articuladas em larga escala.
Patrimônio nacional
Ao longo de três décadas e meia, o SUS se consolidou como patrimônio do povo brasileiro. Mais que uma política pública, é a materialização de um direito social garantido pela Constituição e financiado diretamente pela população.
O sistema permanece como a maior rede pública de saúde do mundo, essencial para a redução das desigualdades e para a elevação da qualidade de vida no Brasil. Sua continuidade e aprimoramento dependem da consciência coletiva de que o SUS pertence a todos, e é sustentado por todos.