Oposição toma as ruas com gritos de “Fora Moraes” e “Fora Lula” em 7 de Setembro

Manifestações atraíram grande público em Brasília e em outras capitais; desfile oficial do governo federal teve baixa adesão popular

As celebrações do Dia da Independência, neste domingo (7/9), foram marcadas por um contraste evidente entre a mobilização da oposição e a falta de engajamento popular no desfile oficial organizado pelo governo federal em Brasília.

Na capital do país, milhares de pessoas se concentraram estacionamento da Funarte próximo a Torre de TV em um ato promovido por parlamentares e lideranças da oposição. Com bandeiras do Brasil e faixas com dizeres como “Fora Lula” e “Fora Moraes”, em referência ao presidente da República e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o público entoou palavras de ordem e reforçou pedidos de anistia aos réus dos atos de 8 de janeiro de 2023. A manifestação teve forte adesão popular, em contraste direto com o desfile oficial realizado horas antes no mesmo local.

Além de Brasília, houve mobilizações de destaque em Copacabana (RJ), na Praça da Liberdade em Belo Horizonte (MG) e em Boa Vista (RR). Os participantes levantaram críticas ao governo federal, ao Supremo Tribunal Federal e, em alguns casos, ao Ex-Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Enquanto isso, o desfile cívico-militar organizado pelo governo federal, também na Esplanada dos Ministérios, contou com arquibancadas montadas, carros de som e participação das Forças Armadas, mas registrou baixa presença de público. Imagens mostraram espaços vazios e pouco entusiasmo popular durante a solenidade.

Para analistas, a diferença de adesão revela um desgaste da narrativa oficial em torno do 7 de Setembro e reforça o peso político das mobilizações da oposição. “Enquanto o governo não conseguiu transformar o desfile em um evento de grande alcance popular, a oposição mostrou capacidade de reunir apoiadores e dar visibilidade a suas pautas”, avaliou um cientista político ouvido pela reportagem.

Assim, a data da Independência, que tradicionalmente tem caráter cívico, voltou a ganhar forte dimensão política, marcada tanto por críticas abertas à atual gestão quanto por questionamentos ao papel de Alexandre de Moraes no Supremo.