
No próximo sábado (27), o Brasil celebra o Dia Nacional da Doação de Órgãos, data criada pelo Ministério da Saúde para conscientizar a população sobre a importância desse gesto que pode salvar milhares de vidas.
O país é referência mundial na área: o Sistema Único de Saúde (SUS) financia integralmente todas as etapas do processo — desde a avaliação pré-transplante e exames preparatórios até a cirurgia, o acompanhamento pós-operatório e o fornecimento de medicamentos. Isso faz do Sistema Nacional de Transplantes o maior do mundo em número absoluto de procedimentos.
Somente em 2024, foram realizados mais de 30 mil transplantes no Brasil. Entre os mais frequentes estão os de rim (6.320), fígado (2.454), córnea (17.107) e medula óssea (3.743).
Tecnologia a serviço da solidariedade
Apesar dos avanços, ainda há uma fila expressiva de espera: atualmente, 46.761 pacientes aguardam um transplante de órgão e mais de 30 mil pessoas esperam por córneas. Para agilizar esse processo, o país passou a contar, desde abril de 2024, com a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), que permite ao cidadão manifestar sua vontade de forma 100% digital e gratuita.
A ferramenta foi criada pelo Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF), em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Ministério da Saúde. O procedimento é feito por meio da plataforma e-Notariado, com certificado digital, videoconferência com tabelião e assinatura eletrônica. O doador pode escolher quais órgãos deseja doar e, caso mude de ideia, revogar o documento a qualquer momento.
No Distrito Federal, mais de 450 pessoas já formalizaram a AEDO desde o lançamento da ferramenta, que integra automaticamente a Central Nacional de Doadores de Órgãos.
Para o presidente do CNB/DF, Geraldo Felipe de Souto Silva, a novidade representa “um avanço essencial dos serviços notariais digitais, oferecendo à sociedade do Distrito Federal um instrumento que une solidariedade, cidadania e segurança jurídica”.
Mobilização nacional
A data de 27 de setembro busca ampliar a conscientização da sociedade para que cada vez mais brasileiros formalizem a decisão de doar, oferecendo esperança às mais de 42 mil pessoas que aguardam por um transplante no país.