Estudo aponta que brasileiros priorizam consciência ambiental na hora de reciclar

Levantamento do Instituto Recicleiros com o Neper/USP aponta que campanhas educativas devem levar em conta diferentes perfis socioeconômicos visando fortalecimento da cadeia ética


Com a forte preocupação que o descarte incorreto de lixo causa no Meio Ambiente, debates acerca da reciclagem e economia circular são essenciais. Por conta disso, iniciativas e campanhas de conscientização destinadas ao destino correto de resíduo sólido são essenciais. Além de combate aos impactos ambientais, esse tipo de movimentação fortalece o estabelecimento da cadeia ética, que vai desde resultados positivos ao planeta a geração de renda a catadores que fazem parte desse processo.

Pensando nisso, ações voltadas a educação de reciclagem devem ser realizadas visando os dois aspectos dessa cadeia. É o que aponta o recente estudo do Instituto Recicleiros junto ao Neper/USP (Núcleo de Estudo e Pesquisa em Resíduos Sólidos), um dos maiores estudos sobre o tema. A pesquisa foi fomentada pela SIG, investidora semente do Instituto Recicleiros.

Na análise dessa pesquisa, foram analisados os hábitos de reciclagem dos brasileiros, com foco nas 14 cidades com atuação da organização, e foi constatada que o principal fator responsável pela destinação à reciclagem diz respeito à preocupações com o Meio Ambiente, e pouco à geração de renda aos catadores que fazem parte dessa linha de trabalho.

De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2021, apenas 69,7 milhões de brasileiros possuem acesso à coleta seletiva porta a porta, o que evidência, para os pesquisadores envolvidos no estudo a necessidade de campanhas educacionais voltadas aos demográficos específicos para que o destino correto de resíduos seja feito de maneira eficiente.

Ao que indicam os resultados do estudo, temas como preocupação com o Meio Ambiente e reaproveitamento da matéria prima dos materiais estão entre as principais preocupações dos brasileiros na hora de reciclar, principalmente entre a população com maior escolaridade e renda.

Em contrapartida, os dados da pesquisa retratam que, em demográficos de menor escolaridade e renda, o foco pensando na renda para os catadores aumenta, mesmo que menor em comparação às preocupações ambientais e de reuso.

Isso evidencia que, apesar do crescimento em preocupação sobre os impactos climáticos do destino irregular do lixo, uma parcela significante dessa cadeia, os catadores, é negligenciada de atenção quando o assunto são campanhas de conscientização acerca do trabalho da coleta seletiva.

Portanto, é importante que as ações educacionais voltadas a essa conscientização sejam transversais, e que estudem os extratos sociais a serem ativados, para que esse tipo de campanha receba maior adesão e demonstre melhor resultado, buscando visibilizar as diversas camadas que esse processo tem.

Sobre essas campanhas, Isabela de Marchi, gerente de sustentabilidade de SIGA, diz: “adaptabilidade é chave para o sucesso e avanço desses projetos. É necessário que as campanhas cheguem à população e atinjam maior capilaridade. Assim, os caminhos para uma cadeia ética social e ambientalmente justa são trilhados”.

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