Projeto da Plastic Bank e da Lord oferece renda extra a catadores e propõe modelo de economia circular em uma das regiões mais afetadas pela má gestão de resíduos no país

Com o objetivo de reduzir a poluição plástica e gerar impacto social positivo, as empresas Plastic Bank e Lord anunciaram a expansão de seu programa de compensação ambiental para Manaus (AM). A iniciativa, lançada na última terça-feira (27), prevê a coleta de 3 milhões de garrafas plásticas ao longo de 2025, evitando que esse material chegue aos rios e igarapés da Amazônia.
O projeto, que já opera nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, agora chega à região Norte por meio de parcerias com as cooperativas Ascarman e Eco Cooperativa. Os catadores participantes receberão um bônus financeiro por cada quilo de plástico coletado, o que pode aumentar suas rendas em até 30%. Todas as transações são registradas via blockchain, garantindo rastreabilidade e transparência.
“Expandir essa iniciativa para o Norte do Brasil, especialmente em um território tão simbólico quanto a Amazônia, reforça o nosso compromisso com a economia circular e com o futuro das próximas gerações”, afirmou Herman Moura, presidente da Lord.
A situação da capital amazonense torna a ação ainda mais urgente. Manaus é a terceira pior cidade do Brasil em saneamento básico e a sexta entre as capitais no descarte correto de resíduos, segundo o Instituto Trata Brasil. Estima-se que mais de 300 toneladas de lixo sejam removidas mensalmente dos rios da cidade, com o plástico sendo o principal componente.
Além de combater a poluição, o programa oferece apoio às comunidades envolvidas com entrega de kits de alimentos e acesso a capacitações que promovem inclusão digital e novas oportunidades de renda.
“O Norte enfrenta grandes desafios na gestão de resíduos. Este é o primeiro programa com transferência de renda direta para catadores da região e queremos ampliar ainda mais esse impacto com o engajamento de outras empresas”, disse Ricardo Araújo, diretor de operações da Plastic Bank no Brasil.
A Plastic Bank é uma fintech social com atuação global em países como Filipinas, Egito e Camarões, e já recuperou mais de 160 milhões de quilos de plástico em comunidades vulneráveis. A Lord, por sua vez, aposta em soluções sustentáveis como a linha de filmes Ecofilm, que utiliza resinas recicladas e materiais biodegradáveis, e no Projeto Eco, voltado à conscientização ambiental.
Com a proximidade da COP30, que será realizada em Belém (PA), a iniciativa ganha ainda mais relevância ao propor soluções concretas para questões ambientais e sociais urgentes na Amazônia.